quinta-feira, 30 de setembro de 2010

TALENTO DE CLODOVIL HERNANDES É RELEMBRADO EM EXPOSIÇÃO



A exposição “Clodovil Hernandes” foi aberta na última quinta (23 de setembro) no ParkShopping. Com curadoria de Marisa de Macedo-Soares e cenografia de Theodoro Cochrane, a mostra recria o universo de um dos maiores representantes da história da alta costura brasileira com vestidos, saias e acessórios que levaram sua assinatura.



Theodoro Cochrane falou sobre o Clodovil estilista, a tradição dos ateliês e a inspiração vintage e conceitual para a cenografia:

“A gente tem uma tradição de costureiros de ateliê, que são os que mais se aproximam de alta costura no Brasil, porque não temos alta costura no Brasil. A gente tem costureiros incríveis de ateliês, como o Dener e o Clodovil nos anos 60 e 70 e o Conrado Segreto mais tarde. O Brasil tem a ideia, em todos os âmbitos, de não conhecer muito a sua história. Tem gente que acha que a moda começou no país com o São Paulo Fashion Week, com o Herchcovitch, com o Reinaldo Lourenço, mas o país tem uma história anterior“.

“Nós tínhamos uma tradição parecida com a francesa, com muita influência dela. Mas acho que o Clodovil pegava muito essa moda francesa rebuscada e botava toques inusitados brasileiros e transformava em vestidos muito bonitos e muito bem feitos, de gente que fez curso de corte e costura, que hoje em dia é uma coisa que ninguém mais faz. As pessoas fazem faculdade de estilismo, mas gente que sabe costurar e fazer detalhe, acabamento e caimento é algo muito raro“.


Foto de Renato Acha.

Acha – Esta cenografia é bem diferente da que foi feita para a exposição do Dener em 2009. Como surgiu a ideia?

“Eu pensei primeiro na história dos costureiros e do ateliês, aí eu lembrei dos provadores dos anos 60 e 70, da Chanel, das lojas da Rua Augusta em São Paulo, que eram circulares e tinham essas cortinas. Eu pensei: Vou fazer como se fossem provadores. E as características do Clodovil são bem diferentes das do Dener, que já era uma silhueta mais seca mais próxima do corpo, com cores mais sóbrias. Clodovil tem uma característica mais romântica, mais flamboyant, mais over, muito babado e isso fez muito sucesso nos começo dos anos 80“.


Foto de Renato Acha.

“Depois ele parou e começou a enveredar por aquela carreira que não interessa em nada pra gente nesta exposição. A gente só quer saber do costureiro, não queremos saber de TV, de política, a gente só quer saber do costureiro. Ele trabalhava muito com camadas de saias, daí eu pensei: Vamos fazer um provador que é na verdade uma grande saia, como se fosse uma das camadas dessa saia. Aqui você pode ver que esse vestido tem umas oito saias dentro ou aqueles dois que são saia balão, ou aqui, quantas camadas de tule tem aqui? Ou ali dentro daquela saia para dar volume. Ele sempre usou muita saia para dar esta forma e eu queria remeter ao passado de alguma maneira, criar um provador criativo que fosse ao mesmo tempo um provador e uma saia do Clodovil“.



Foto de Renato Acha.



Serviço: Exposição “Clodovil Hernandes”

Local: ParkShopping – Primeiro Piso próximo à Portaria E (SAI/SO Área 6580 CCCV)

Data: Até 12 de outubro de 2010.
Horário: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 14h às 20h
Entrada franca
Telefone: (61) 3362-1300

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Revista QUEM HOMENAGEM!!!!!

Homenagem | 31/03/2009 08:33 | Atualizado em: 29/04/2009 14:27

Clodovil Hernandes

Revista QUEM

Stuckert Filho

O deputado federal Clodovil Hernandes morreu no último dia 17, em Brasília, aos 71 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). O ex-estilista e apresentador havia sido internado no Hospital Santa Lúcia na manhã do dia anterior, após ser encontrado caído ao lado de sua cama. Segundo os médicos, Clodovil teve o AVC durante a madrugada de segunda-feira (16). Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, na quarta-feira (18). No mesmo dia, foi enterrado no Cemitério do Morumbi, ao lado do corpo da sua mãe adotiva, Isabel Sanchez Hernandes. Clodovil costumava dizer que não temia a morte – seu único medo era não encontrar a mãe quando partisse. A figura materna foi tão importante para ele que em seu testamento está prevista a criação da Fundação Isabel, uma instituição que dará abrigo e educação a meninas órfãs.

Nascido em Elisário, no interior de São Paulo, em 1937, ele foi adotado pelo casal de espanhóis Isabel e Domingos Hernandes. Formou-se professor em São Paulo, mas logo começou a trabalhar como estilista. Seus primeiros croquis foram vendidos para uma empresária que tinha uma loja de vestidos de festa no centro da cidade. Nas décadas de 60 e 70, foi um dos mais destacados nomes da alta-costura brasileira, ao lado principalmente de Dener, com quem mantinha uma disputa. Recentemente, Clodovil disse que a briga entre os dois era combinada – uma jogada de marketing.

No início dos anos 80, ele estreou no TV Mulher, da Rede Globo, ao lado da sexóloga Marta Suplicy e da jornalista Marília Gabriela. Clodovil abandonou o programa durante a transmissão ao vivo por desavenças com Marília Gabriela. Anos mais tarde, envolveu-se numa polêmica com sua outra ex-colega, Marta Suplicy, a quem chamou de “inútil”, “desocupada” e “perua que teve sorte”. Em 1992, na TV Manchete, ganhou o primeiro programa próprio, Clodovil Abre o Jogo. Aos poucos, foi abandonando a moda e assumindo o homem de TV. No início dos anos 2000, participou do programa A Casa É Sua, na Rede TV!. Novamente abandonou o trabalho com o programa no ar. Em 2004, retirou-se dos estúdios da emissora em protesto ao Pânico na TV, que o havia perseguido para fazê-lo calçar as “sandálias da humildade” – coisa que ele nunca fez. No começo de 2005, foi demitido. Na TV, fez ainda os programas Mulheres (TV Gazeta) e Por Excelência (TV JB).

O apresentador tinha atitude contraditória em relação a sua sexualidade. Ao mesmo tempo em que fazia comentários e piadas, declarava que a homossexualidade era um distúrbio, um desvio que violava as regras divinas. Recentemente, revelou que só aceitou o fato de ser gay após os 60 anos. Em 2006, foi criticado por organizações de direitos civis ao dizer que a luta pelo casamento gay era “uma bobagem”.

A vida política começou quando foi eleito deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), em 2006. Na época, declarou que o Congresso nunca mais seria o mesmo depois de seu mandato. Suas primeiras medidas foram estéticas. Tomou posse vestido com um terno de linho branco, usando chapéu e bengala, e fez uma reforma de 200 mil reais em seu gabinete, com direito a uma mesa com pés em forma de najas. Pouco depois da posse, mudou para o Partido da República (PR) e quase perdeu o mandato por infidelidade partidária. Sua atuação política foi marcada por uma série de acusações de racismo, machismo e outros tipos de preconceito. No caso mais famoso, em maio de 2007, Clodovil discutiu no plenário com a deputada Cida Diogo, que se ofendeu depois de ouvir do apresentador que “as mulheres ficaram muito ordinárias, vulgares, cheias de silicone”. Cida chorou ao ouvir a resposta de Clodovil: “Digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso. A senhora é uma mulher feia”.

UMA VIDA POLÊMICA
Arquivo Ed. Globo
ANOS 60 E 70
O ESTILISTA
Formado professor primário, ele fazia croquis que o lançaram no mercado da moda. Tornou-se o costureiro das socialites e estrelas como Cacilda Becker e Elis Regina
Antonio Moura
1990
TV MULHER
Em sua primeira atuação como apresentador, Clodovil ainda tinha a imagem muito ligada ao trabalho como estilista
Divulgação/Rede TV!
2003
A CASA É SUA
O ex-estilista tem um quadro no programa de variedades da Rede TV!
reprodução/Rede TV!
2004
PÂNICO NA TV
O apresentador é alvo de uma das “brincadeiras” do Pânico e acaba saindo brigado da Rede TV!
Adriano Machado
2006
O POLÍTICO
Eleito deputado federal, faz uma grande reforma em seu gabinete na qual foram gastos 200 mil reais

Pérolas de Clodovil

“Meu amor, ninguém nasce viado porque quer, isso é uma coisa de Deus, agora ser puta é condenável porque é uma escolha da garota!”

“Mas, gente, eu não me aceitava! Até que aos 60 anos de idade eu tive um insight: ‘Se existem os estéreis, então não é errado ser gay’.”

“Família é que nem dente: quanto mais longe um do outro melhor, para não juntar sujeira no meio.”

”Na minha idade, eu só aprecio sexo se for bem-feito; e, sexo bem-feito, só com profissional!”

”A emissora não estava preparada para me receber, é a mesma coisa que chamar o Pelé para jogar futebol em um time de Araraquara!”
Sobre a Rede TV!

”Não tenho medo de ninguém. Sou feito cachorrinho. Passa a mão nas minhas costas que eu já abano o rabo.”
Em visita ao Congresso (10/10/2006)

”Se o Collor tinha aquilo roxo, o meu é cor-de-rosa-choque. O vencedor nessa campanha não foi o Maluf, nem o Russomano. Fui eu.”
Para o G1, depois de ser eleito, em 2006

”Se você não votou em mim, não pode me cobrar nada. Eu vou fazer do jeito que eu sei. Eu não sou político de profissão.”
Idem

”Evidente que foi (armado o ataque contra as torres gêmeas) pelos próprios americanos, não seja idiota, é como o holocausto, você acha que não tinha nenhum judeu manipulando isso por debaixo do pano?”
Em entrevista à Rádio Tupi

”…não posso respeitar um analfabeto. Ele não poderia ser nem vereador!”
Em uma entrevista para a revista Flash, referindo-se ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

quinta-feira, 18 de março de 2010

Matéria Revista Época

Morre Clodovil Hernandes

Após morte cerebral, deputado teve uma parada cardíaca

por QUEM Online

O deputado e estilista Clodovil Hernandes teve uma parada cardíaca e morreu às 18h50 desta terça-feira (17). Médicos que o acompanhavam no hospital Santa Lucia, em Brasília, já tinham constatado a morte cerebral por volta das 15h. Segundo a assessoria do parlamentar, a parada cardíaca impede que seus órgãos sejam doados, como ele desejava. O corpo será levado de Brasília às 8h desta quarta-feira e o velório está programado para às 10h na Assembléia Legislativa de São Paulo. O enterro deve acontecer às 17h no Cemitério do Morumbi.

Clodovil foi internado na manhã de segunda-feira (16) após ser encontrado caído ao lado de sua cama. Segundo os médicos, ele teve um AVC durante a madrugada. Ele já havia tido um problema semelhante em 2007, quando foi internado no hospital Sírio-libanês em São Paulo e chegou a perder parte dos movimentos do braço direito.

Confira a última entrevista de Clodovil a QUEM: "Brasília nunca mais será a mesma"

"Afronte o mundo, não sua consciência", escreveria Clodovil na lápide

 Reprodução
1. O Político (2006) - Eleito Deputado Federal faz uma grande reforma em seu gabinete na qual foram gastos 200 mil reais; 2. "A Casa é Sua" (2003) - Ex-estilista comanda um quadro no programa da Rede TV!

Clodovil foi um homem de muitas faces públicas. Nascido em Elisário, no interior de São Paulo, no fim dos anos 30, e adotado por um casal de espanhóis, estudou em colégio e formou-se professor. Mas logo começou a trabalhar como estilista. Nos anos 60 e 70, foi um dos principais nomes da alta costura no Brasil ao lado, principalmente, de Dener.

Costureiro dos famosos, Clodovil já era uma celebridade ele mesmo. Bastante genioso, protagonizava histórias antológicas. Em entrevista ao portal G1, o cabeleireiro Rubens Gonçalves de Souza, o Rubinho, amigo do deputado, contou a história de um dia em que os dois estavam em Buenos Aires.

 Reprodução
Pânico na TV (2004): Apresentador é alvo de brincadeira do "Pânico" e sai brigado da Rede TV!

“Encontramos, descendo do elevador, umas socialites amigas do Clodovil. Ficamos bebendo no bar do hotel e, em certo momento, pedimos café de saideira. O maître disse que não serviam café após as 18h”. Quando o argentino disse que só serviria o café no quarto, Clodovil teria respondido: “Então manda servir oito cafés no meu quarto, que eu vou descer de camisola rosa e tomar aqui embaixo”.

Clodovil sempre teve uma atitude contraditória em relação a sua sexualidade. Ao mesmo tempo em que fazia comentários e piadas como a da história acima, sempre declarou que a homossexualidade era um distúrbio, um desvio que não seguia as regras divinas.

De tanto frequentar programas de TV como o polêmico estilista, Clodovil acabou por ser assimilado pelo meio. No início dos anos 80, estreou no programa TV Mulher, da Rede Globo ao lado da sexóloga Marta Suplicy, muito antes de ela ser eleita prefeita de São Paulo, e da jornalista Marília Gabriela. Sua saída do programa entrou na história da televisão brasileira. Clodovil abandonou o TV Mulher durante a transmição ao vivo por desavenças com Marília Gabriela.

 Reprodução

Anos depois, em 1992, Clodovil ganhou o seu próprio programa na TV Manchete: Clodovil Abre o Jogo. Aos poucos, foi abandonando a moda e assumindo totalmente o seu lado apresentador, homem de TV. Depois da Manchete, no início dos anos 2000, participou do programa A Casa é sua. Novamente abandonou o trabalho com o programa no ar. Em 2004, retirou-se dos estúdios da Rede TV em protesto à abordagem feita pelos integrantes do Pânico na TV, da mesma emissora, que o haviam perseguido e cercado seu carro para fazê-lo vestir as sandálias da humildade. Na TV, fez ainda os programas Mulheres (TV Gazeta) e Por Excelência (TV JB).

Em 2006, foi eleito deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão. Na época, declarou que o congresso nunca mais seria o mesmo depois de seu mandato. Suas primeiras medidas foram estéticas. Tomou posse vestindo um terno de linho branco, chapéu e bengala e fez uma reforma de R$ 200 em seu gabinete com direito a uma mesa com pé na forma de uma cobra naja.

Pouco depois mudou para o Partido da República e quase perdeu seu mandado por infelidade partidária. Sua atuação política foi marcada por uma série de acusações de racismo, machismo e outros tipos de preconceitos.

AE/Reprodução
1. O Estilista (Anos 60 e 70): Formado professor primário, Clodovil torna-se famoso como o costureiro das socialites; 2. TV Mulher (1990): Em sua primeira atuação como apresentador Clodovil ainda tinha a imagem muito ligada ao trabalho como estilista

sexta-feira, 12 de março de 2010

Missa em Homenagem a Clodovil Hernandes

Celebração de Missa em homenagem à Clodovil Hernandes pelo seu um ano de morte.


Será realizada na próxima segunda-feira, missa em homenagem ao apresentador, estilista e Deputado Federal Clodovil Hernandes, falecido em 17 de março do ano passado. Amigos mais próximos receberão todos para uma celebração. Durante a missa o Coral Allegro e Agnaldo Rayol abrilhantarão ainda mais a homilia.

Um ano da morte de Clodovil, agora poderemos começar a formatar alguns de seus desejos. Mauricio Petiz, Dra Maria Hebe e Meg Ramos, já estão alinhavando idéias e colocando em prática.
Aguardem as novidades.

Um beijo